Você já se perguntou o que é pró-labore e como definir seu salário de dono da empresa?
Entender a diferença entre pró-labore, distribuição de lucros e salário é essencial para garantir sua segurança financeira e o equilíbrio do negócio.
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Neste artigo, você vai aprender de forma simples o conceito de pró-labore, os fatores que influenciam na sua definição e como planejar um valor justo, cumprindo todas as obrigações legais sem cair em armadilhas comuns.
O que é pró-labore e por que ele existe?
O pró-labore é a remuneração paga aos sócios de uma empresa pelo trabalho que realizam na gestão ou em outras atividades do negócio. Essa forma de pagamento é fundamental para reconhecer o esforço e dedicação dos proprietários na condução da empresa.
Ele existe para diferenciar a remuneração que os sócios recebem pelo trabalho que desempenham da distribuição de lucros, que é baseada no capital investido. Assim, o pró-labore não está atrelado apenas ao lucro da empresa, mas sim à função exercida pelo sócio.
Além disso, o pagamento do pró-labore é importante para a formalização da relação de trabalho e para o cumprimento de obrigações fiscais, já que, ao receber um pró-labore, o sócio deve pagar impostos e contribuições sociais correspondentes.
Diferença entre pró-labore e distribuição de lucros
Para uma gestão financeira eficaz e legal, é crucial distinguir as duas formas principais de retirada de valores da empresa.
O pró-labore é a compensação paga ao sócio pelo trabalho que ele efetivamente executa no dia a dia da empresa, como a administração ou gestão.
Por ter a natureza de remuneração pelo trabalho, é obrigatório para o sócio-administrador e incide INSS (contribuição obrigatória) e Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF), seguindo a tabela progressiva. No entanto, diferentemente de um empregado, o sócio que recebe pró-labore não tem direitos trabalhistas como férias remuneradas, 13º salário ou FGTS.
Já a Distribuição de Lucros não é uma remuneração pelo trabalho, mas sim a retirada de valores com base no capital investido e no lucro líquido apurado pela empresa. Ela só ocorre quando há lucro e está prevista no contrato social.
A grande diferença fiscal é que, se a empresa tiver contabilidade regular, a distribuição de lucros é isenta de INSS e de Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) para o sócio.
Como calcular o valor do pró-labore?
Calcular o valor do pró-labore é uma tarefa que deve ser realizada com cuidado, pois envolve diversos fatores.
Primeiro, é importante definir o que é pró-labore e entender que se trata da remuneração paga aos sócios pelo trabalho que realizam na empresa. Esse valor deve refletir a função exercida e a contribuição do sócio, além das condições financeiras da empresa.
Uma das etapas para calcular o valor do pró-labore é avaliar o salário médio do mercado para posições similares. Pesquisar salários de profissionais em funções correspondentes pode ajudar a determinar um valor justo.
Também é válido considerar a saúde financeira da empresa; o pró-labore deve ser sustentável e não comprometer a viabilidade do negócio.
Além disso, o cálculo deve incluir as tributações que incidem sobre o pró-labore, como o INSS e, em alguns casos, o IRRF. É essencial garantir que as obrigações fiscais sejam cumpridas para evitar problemas futuros.
O valor do pró-labore deve ser reavaliado periodicamente, levando em conta mudanças no mercado, na função exercida e na situação financeira da empresa. Assim, o sócio pode assegurar uma remuneração adequada e justa pelo seu trabalho, distinguindo claramente sua função da distribuição de lucros.
Por fim, é importante formalizar o valor do pró-labore nos documentos da empresa para garantir clareza e evitar conflitos futuros entre os sócios, além de reavaliar esse valor periodicamente.
Fatores que influenciam na definição do pró-labore
Existem diversos fatores que influenciam na definição do pró-labore de um sócio.
Primeiramente, é fundamental considerar a função desempenhada pelo sócio dentro da empresa. Por exemplo, um sócio que ocupa um cargo de gestão pode ter um pró-labore maior do que um sócio que desempenha funções menos intensivas.
Outro aspecto importante é o valor de mercado para posições similares. Pesquisar e comparar com outras empresas pode ajudar a assegurar que o pró-labore esteja em linha com o que é praticado no setor. Essa análise ajuda a garantir que o pagamento seja justo e atraente para os parceiros que trabalham na empresa.
Além disso, a saúde financeira da empresa é um ponto essencial na definição do pró-labore. O valor deve ser sustentável e não comprometer o fluxo de caixa da empresa. Se os custos forem muito altos, pode ser preciso ajustar o pró-labore para que a operação da empresa não seja prejudicada.
Outro fator a ser considerado são as tributações que incidem sobre o pró-labore. Dependendo do valor, o sócio pode ter que arcar com contribuições ao INSS e, em alguns casos, o IRRF. Portanto, ao definir o valor, é imprescindível ter em mente as obrigações fiscais que ele traz.
Quais obrigações fiscais estão ligadas ao pró-labore
A primeira delas é a contribuição ao INSS. O valor do pró-labore deve ser utilizado para calcular a contribuição previdenciária dos sócios, que é essencial para garantir benefícios como aposentadoria e auxílio-doença.
Além disso, o sócio também pode ter que arcar com a retenção do Imposto de Renda na Fonte (IRRF), dependendo do valor que recebe como pró-labore. Esse imposto deve ser calculado e recolhido mensalmente, e o sócio deve ficar atento aos limites de rendimento que existem para a aplicação da tabela progressiva do IR.
É importante ressaltar que, para empresários que optam pelo Simples Nacional, existem regras específicas sobre como o pró-labore deve ser tratado em relação às obrigações fiscais. Esses sócios devem atentar-se às contribuições que são calculadas de maneira única e simplificada.
Outra obrigação fiscal que deve ser considerada é o correto preenchimento das obrigações acessórias, como a declaração de Imposto de Renda, onde o pró-labore precisa ser declarado. Não seguir essas orientações pode resultar em penalidades e complicações futuras.
Finalmente, é imprescindível manter uma boa organização contábil, registrando corretamente o valor do pró-labore na contabilidade da empresa. Isso assegurará transparência e facilitará a conciliação das contas quando necessário.
O que acontece se não definir o pró-labore corretamente?
Não definir ou definir o pró-labore de forma incorreta pode gerar sérios problemas:
Riscos fiscais e previdenciários
- Falta de pró-labore: empresas com sócios que trabalham ativamente devem ter pró-labore. A Receita Federal pode arbitrar um valor mínimo (pelo menos um salário-mínimo) e exigir o pagamento retroativo do INSS, acrescido de multas e juros.
- Misturar pró-labore com lucros: sacar todo o dinheiro como Distribuição de Lucros para evitar impostos é um erro. O fisco pode descaracterizar essa retirada e tributá-la integralmente como pró-labore, exigindo as contribuições devidas com penalidades.
Riscos gerenciais e societários
- Conflitos entre sócios: a falta de clareza ou valores desproporcionais podem gerar descontentamento entre os sócios.
- Prejuízo ao fluxo de caixa: definir um valor impraticável para a realidade da empresa pode comprometer o caixa, impedindo o pagamento de fornecedores e o investimento no crescimento.
Pró-labore no MEI: existe ou não?
Não existe obrigatoriedade para que o Microempreendedor Individual (MEI) receba pró-labore. O MEI já contribui para a Previdência Social através do DAS (Documento de Arrecadação do Simples Nacional).
A retirada de valores pelo MEI é geralmente dividida em duas partes:
- Rendimento tributável (Pró-labore/Salário): se o MEI optar por ter um pró-labore formalizado.
- Rendimento isento (Lucro): a maior parte do faturamento é retirada como lucro, obedecendo ao limite de isenção determinado pela Receita Federal, que varia conforme o tipo de atividade (comércio, indústria ou serviço).
Mas atenção: para comprovação de renda em empréstimos ou aluguéis, formalizar uma retirada fixa mensal como pró-labore pode ser uma alternativa eficaz para o MEI.
Como planejar seu salário de dono de forma estratégica?
Para começar, é importante estabelecer um pró-labore que reflita as responsabilidades e o comprometimento de cada sócio.
A primeira estratégia é observar a performance financeira da empresa. Se os lucros estão crescendo, isso pode ser um sinal de que é hora de aumentar o valor do pró-labore. Esses aumentos devem ser realizados após uma análise minuciosa do fluxo de caixa e das despesas, garantindo que a saúde financeira da empresa não seja comprometida.
Outra abordagem é realizar uma pesquisa de mercado. Conferir quais são os salários para funções semelhantes em empresas do mesmo setor pode ajudar a definir um valor justo para o pró-labore. É crucial que esse valor não esteja muito distante do que é pago em empresas similares para assegurar que todos os sócios sejam adequadamente compensados.
O diálogo entre os sócios também é uma parte vital do planejamento. Conversar abertamente sobre as expectativas em relação ao pró-labore e as contribuições de cada um pode ajudar a evitar descontentamentos e fomentar um ambiente de trabalho harmonioso. Uma avaliação mútua e respeitosa é essencial para definir um valor que todos considerem justo e adequado.
Por fim, ajustar o pró-labore de maneira a evitar problemas tributários é fundamental. Um valor excessivamente alto pode gerar complicações com a Receita Federal, enquanto um valor muito baixo pode prejudicar as contribuições ao INSS. Portanto, recomenda-se fazer esses ajustes de forma planejada e transparente, sempre levando em conta as exigências legais e tributárias.
Em suma, o planejamento do pró-labore deve ser uma atividade contínua e dinâmica, acompanhando as mudanças no mercado e o crescimento da empresa. A reavaliação regular do pró-labore garante que os sócios estejam sempre alinhados às expectativas e ao desempenho financeiro do negócio.
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